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Fonte da imagem: Instituto Lourdes Viana |
Tema: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira
Título: Equilíbrio
Aristotélico
Autor: Raphael de Souza - Rio de Janeiro
Ao
longo do processo de formação do Estado brasileiro, do século XVI ao XXI, o
pensamento machista consolidou-se e permaneceu forte. A mulher era vista, de
maneira mais intensa na transição entre a Idade Moderna e a Contemporânea, como
inferior ao homem, tendo seu direito ao voto conquistado apenas na década de
1930, com a chegada da Era Vargas. Com isso, surge a problemática da violência
de gênero dessa lógica excludente que persiste intrinsecamente ligada à
realidade do país, seja pela insuficiência de leis, seja pela lenta mudança de
mentalidade social.
É
indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as
causas do problema. De acordo com Aristóteles, a política deve ser utilizada de
modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De
maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a agressão contra a mulher
rompe essa harmonia, haja vista que, embora a Lei Maria da Penha tenha sido um
grande progresso em relação à proteção feminina, há brechas que permitem a
ocorrência dos crimes, como as muitas vítimas que deixam de efetivar a denúncia
por serem intimidadas. Desse modo, evidencia-se a importância do reforço da
prática da regulamentação como forma de combate à problemática.
Outrossim,
destaca-se o machismo como impulsionador da violência contra a mulher. Segundo
Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de
exterioridade, generalidade e coercitividade. Seguindo essa linha de
pensamento, observa-se que o preconceito de gênero pode ser encaixado na teoria
do sociólogo, uma vez que, se uma criança vive em uma família com esse
comportamento, tende a adotá-lo também por conta da vivência em grupo. Assim, o
fortalecimento do pensamento da exclusão feminina, transmitido de geração a
geração, funciona como forte base dessa forma de agressão, agravando o problema
no Brasil.
Entende-se,
portanto, que a continuidade da violência contra a mulher na contemporaneidade
é fruto da ainda fraca eficácia das leis e da permanência do machismo como
intenso fato social. A fim de atenuar o problema, o Governo Federal deve
elaborar um plano de implementação de novas delegacias especializadas nessa
forma de agressão, aliado à esfera estadual e municipal do poder,
principalmente nas áreas que mais necessitem, além de aplicar campanhas de
abrangência nacional junto às emissoras abertas de televisão como forma de
estímulo à denúncia desses crimes. Dessa forma, com base no equilíbrio proposto
por Aristóteles, esse fato social será gradativamente minimizado no país.
Fonte: Guia do Estudante
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